domingo, 29 de janeiro de 2017

Sesc Palladium

No mês de janeiro fui à uma exposição no Sesc Palladium da artista nordestina Luna Bastos, o "Projeto na Parede". Seus grafites e desenhos demonstram seu gosto pela simetria e traçados geométricos, com a forte presença da figura negra, ressaltando sua própria história e trazendo reflexões quanto às relações contemporâneas e a formação de identidade por meio de sua arte inspiradora cheia de personalidade.

Exposição no CCBB

No mês de janeiro, fui à exposição "ComCiência" de Patrícia Piccinini no CCBB. É possível ver em sua obra, principalmente, esculturas de criaturas que a princípio causam estranhamento por estarem ligadas à questão das mutações genéticas, mas que trazem expressões e traços familiares a nós que remetem à sentimentos comuns. E vindo de criaturas desconhecidas, nos lembra que para sentir não existe regras ou aparências, causando a reflexão e a atenção a valores importantes que muitas vezes são esquecidos.

Obra "O tão esperado"

Concerto brasileiro, Palácio das Artes

No mês de novembro, fui ao Palácio das Artes para assistir a um concerto de piano de Renata Bittencourt. Seu talento é perceptível, e de uma forma agradável aos sentidos tocou diversas músicas populares e eruditas brasileiras como Brejeiro, de Ernesto Nazareth, aliadas ao bom ritmo e melodia.

Visita ao Museu Inimá de Paula, galeria de exposição da artista plástica Raquel Arantes

A obra plástica de Raquel Arantes, em grande parte esculturas de figuras femininas, demonstram sutileza ao expressar estágios emocionais em detalhes faciais e corporais, como a sensação de equilíbrio ou de concentração, por exemplo, despertando sentimentos também no espectador. Ressalta ainda, o traçado das mãos em detalhes, estes que fazem parte da personalidade de sua arte, que lembram movimento e flexibilidade. Dentre uma das frases descritivas das esculturas, cito minha preferida: "Com graça e flexibilidade é que se abrandam as asperezas da vida."

Intervenção

Vídeo da intervenção AQUI.

Rede de implicações e análise segundo conceitos do Hertzberger + Proposta inicial para intervenção

É possível observar o espaço escolhido na praça a partir dos conceitos empregados por Hertzberger em "Lições de Arquitetura". O primeiro remete à gradação territorial, já que esta é concebida pelo grau de acesso (geralmente uma questão de convenção) e também por uma questão de comparação entre um espaço e outro. A disposição das árvores de grande porte laterais, a disposição dos bancos e dos canteiros e as cercas ao redor da fonte transmitem uma sensação de que a área é delimitada espacialmente e possui um caráter mais privado, o que é reforçado pelos indivíduos que escolhem permanecer no local por mais tempo. Estes geralmente optam pelo local porque ali o fluxo de transeuntes é raro, não existem pontos altos de convergência e convívio, os bancos são distantes um do outro o que torna o local agradável para quem quer a tranquilidade para ler um livro, ou se refrescar pela proximidade à fonte, ou pela sensação de segurança que uma área mais delimitada oferece, ou mesmo para ter a maior privacidade de fazer coisas que em outras áreas mais abertas da praça se sentiriam inibidos. A falta de iluminação pode favorecer a este último grupo, mas pode desfavorecer outras pessoas que se sintam inseguras por esse motivo. Essas questões podem ser relacionadas ao que o autor coloca como estrutura e interpretação, já que a forma não determina apenas o uso e a experiência, mas também é igualmente determinada pelos dois na medida em que é interpretável. Outro conceito que pode ser relacionado aí, é a estrutura (urdidura), coletiva, que permite interpretações individuais que são tecidas como a trama.

A estratégia para a intervenção foi a de criar uma ambientação com iluminação aconchegante, no sentido de manter o caráter do espaço escolhido e ao mesmo tempo deixá-lo mais convidativo às pessoas que passam por ali mas que se sentem inseguras ou desconfortáveis pela falta de luz e talvez pelas atitudes de outras pessoas que de certa forma as inibem de ir\utilizar o espaço. As diferentes formas de iluminação abrem possibilidade de interações para uma ou para várias pessoas por meio de elementos táteis que chamem atenção para o espaço e seus elementos, sendo, portanto, uma forma de tornar o espaço mais perceptível a um maior número de pessoas que sintam a curiosidade de "experimentá-lo".

Performance corporal

Escola de Arquitetura, lance de escadas do primeiro ao quarto andar. Assistir AQUI.

Maquete e SketchUp

Maquete física do espaço para intervenção na Praça da Liberdade
SketchUp do espaço escolhido na escola para intervenção AQUI

Vídeo objeto interativo

Assistir AQUI.

Objeto interativo individual

O processo de desenvolvimento do objeto interativo individual, é descrito no caderno técnico que pode ser visualizado aqui.

Observação: Na visualização pelo Scribd online houve alteração das fontes, entretanto, com o download aparece normalmente.

Galeria Cosmococa

"Cosmococa (1973) de Hélio Oiticica e Neville d´Almeida".

À primeira vista, Cosmococa passa a impressão de ser "à parte" dos demais edifícios do Inhotim por sua localização em uma área alta de expansão do parque, além de ser aparentemente bruto e opressivo, pelo fato de ser construído por volumes de pedra em diferentes níveis, privilegiando ângulos retos, sem nenhuma fachada e somente uma entrada frontal.

Entretanto, ao entrar no interior da galeria, é possível perceber a ambientação do local pela utilização de ar condicionado, e a palavra "imersão" descreve bem o que é sentido ao entrar no hall, com os pés descalços em contato com o piso frio, e a pouca iluminação no local que abre, ainda, a possibilidade de deslocamento livre para cinco salas. Esse livre deslocamento, parte do objetivo dos arquitetos responsáveis de criar uma forma labiríntica no espaço e a ausência de hierarquia entre as salas. Porém, o fato de apenas uma das portas de acesso funcionar, limita a liberdade de locomoção. As intervenções espaciais utilizam de diferentes elementos táteis, uma trilha sonora provocativa, além de retratar imagens de personagens conhecidas como Marilyn Monroe em projeções que utilizam da cocaína como pigmento e linha para o redesenho.
Uma das salas dispõe de várias redes, outra com uma área de piscina, outra com vários colchonetes, outra com um único tipo de colchonete que ocupa o espaço todo da sala, onde são encontradas várias formas geométricas em forma de almofadas, e ainda outra sala com uma espécie de piso desnivelado com a presença de balões, todas estimulando não só a visualização pelo espectador, mas também sua participação e "experimentação" da obra.
Por uma passagem lateral do edifício, é possível ir ao terraço jardim do Cosmococa que surpreende ao apresentar uma continuidade da paisagem natural do parque em contraste com a construção "bruta".

Inhotim - Galeria Cosmococa

1. Croqui de observação externa; 2. Croqui de observação interna