À primeira vista, Cosmococa passa a impressão de ser "à parte" dos demais edifícios do Inhotim por sua localização em uma área alta de expansão do parque, além de ser aparentemente bruto e opressivo, pelo fato de ser construído por volumes de pedra em diferentes níveis, privilegiando ângulos retos, sem nenhuma fachada e somente uma entrada frontal.
Entretanto, ao entrar no interior da galeria, é possível perceber a ambientação do local pela utilização de ar condicionado, e a palavra "imersão" descreve bem o que é sentido ao entrar no hall, com os pés descalços em contato com o piso frio, e a pouca iluminação no local que abre, ainda, a possibilidade de deslocamento livre para cinco salas. Esse livre deslocamento, parte do objetivo dos arquitetos responsáveis de criar uma forma labiríntica no espaço e a ausência de hierarquia entre as salas. Porém, o fato de apenas uma das portas de acesso funcionar, limita a liberdade de locomoção. As intervenções espaciais utilizam de diferentes elementos táteis, uma trilha sonora provocativa, além de retratar imagens de personagens conhecidas como Marilyn Monroe em projeções que utilizam da cocaína como pigmento e linha para o redesenho. Uma das salas dispõe de várias redes, outra com uma área de piscina, outra com vários colchonetes, outra com um único tipo de colchonete que ocupa o espaço todo da sala, onde são encontradas várias formas geométricas em forma de almofadas, e ainda outra sala com uma espécie de piso desnivelado com a presença de balões, todas estimulando não só a visualização pelo espectador, mas também sua participação e "experimentação" da obra. Por uma passagem lateral do edifício, é possível ir ao terraço jardim do Cosmococa que surpreende ao apresentar uma continuidade da paisagem natural do parque em contraste com a construção "bruta".
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