terça-feira, 30 de agosto de 2016
Mondrian e o Movimento de Stjil
Nesse mês de agosto compareci a uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil sobre Mondrian e o movimento De Stjil e também a uma palestra com o curador do evento que deu maiores explicações sobre a integração das artes e a colaboração entre arquitetos, designers e artistas plásticos no contexto discutido. Dessa forma, pude conhecer e compreender essa incrível manifestação artística. Piet Mondrian, um pintor neerlandês modernista, influenciado por pintores pós-impressionistas e ideais cubistas, criou o movimento neoplasticista, uma concepção baseada em transcender a realidade externa e material, numa tentativa de chegar à essência sistemática e abstrata através de uma linguagem plástica e objetiva, reduzindo-a a formas geométricas, sendo em sua maioria retângulos coloridos com cores puras com o objetivo de torná-las harmoniosas e universais. Além disso, colaborou com a revista De Stijl, que posteriormente tornou-se um movimento e envolveu artistas, arquitetos e designers o que cumulou na disseminação de uma arte que até hoje é considerada atual por seus elementos lineares horizontais e verticais e planos de cores primárias, combinadas com branco, cinza e preto, anunciando uma sociedade futura, aberta e receptiva a mudanças. Usando como exemplo a "Cadeira Vermelho Azul" projetada por Gerrit Rietveld, que originalmente era pintada de preto, cinza e branco mas que recebeu alterações após também se tornar participante do movimento De Stjil, a relação das novas cores se deu em razão da sensação que são capazes de transmitir. O vermelho, por passar uma dimensão plana, foi colocada no encosto da cadeira como forma de representar a "sustentação". O azul do assento conduz à sensação de profundidade, a cor preta representa a continuidade das linhas e o amarelo a sensação de estar "saindo para fora". Acrescento ainda que a exposição possibilitou conhecer outros trabalhos, pinturas, documentários da época, fotografias e maquetes para um conhecimento mais amplo do tema, de seus seguidores e suas influências nas artes contemporâneas.
domingo, 21 de agosto de 2016
Relações entre objetos
As relações que concluí entre os objetos de minha escolha (câmera, bota e caderno de desenho) foram: o sentimento de liberdade, sensação de movimento, perspectiva e desejo de "conhecer" o mundo. (Link de pequena demonstração do objeto em movimento: https://vimeo.com/179692948)
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
"Nosso Programa" de Vilém Flusser
Flusser cita em seu texto noções de existência das quais são consideradas a finalística, a causalística e a programática. A primeira relaciona uma tradição em que a humanidade está sujeita a uma finalidade já definida pelo destino, ou seja, explica o presente pelo futuro, e dessa forma cria a questão de até que ponto a liberdade do homem prevalece ou pode se opor ao que já está predestinado. Já a segunda tem seus conceitos formulados pela ciência da natureza em que toda causa gera um efeito, e oferece uma liberdade subjetiva, isto é, as causas são determinadas com complexidade e as consequências são por isso "imprevisíveis" ao homem, porém objetivas e se baseia nos acontecimentos passados. A noção programática é absurda e movida pelo acaso e se baseia em modelos compreendidos por meio de programas(sistemas), como a termodinâmica e a biologia molecular. Por fim, concluo pelo texto e pelas discussões em sala que as noções finalística e causalística tendem a desaparecer cada vez mais pois limitam a liberdade do homem, tanto em suas ações quanto a sua visão e compreensão de mundo, enquanto a programática ganha cada vez mais espaço já que sua essência nega as tradições politizadas e dá a liberdade necessária, porém requer o aprendizado de saber lidar com os seus "jogos" para que o homem não se torne um robô alienado por tais programas. Acrescento ainda que as dinâmicas passadas em aula foram indispensáveis para o maior entendimento das noções apresentadas por Flusser, exemplifico uma delas: nós alunos formamos uma longa fila e a cada palma de um professor, baseando-se por quem estava à nossa direita, movimentávamos para a esquerda se fosse alguém de altura maior. Dessa forma ficou mais clara a ideia de que a meta era organizar uma fila do menor para o maior, seguindo regras traçadas por objetivos, o que caracteriza a finalística.
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Relação entre objetos
1) Retomada da dinâmica:
Escolhi a câmera como objeto que me define por muitas causas. A primeira delas é que eu sempre gostei de fotografia, e desde que eu ganhei de presente ela tem sido minha fiel escudeira de viagens e momentos importantes, já que faz parte da minha personalidade dar valor aos registros. Além disso, eu sempre tive as emoções afloradas e mantenho o encantamento diante alguns lugares e perspectivas que conheço, como por exemplo, o céu, que sempre me fascina. Dessa forma, acabo por envolver meus sentimentos em tudo que faço, inclusive nas minhas fotos. Acrescento ainda que por meio das lentes da câmera eu consigo ter várias perspectivas livres e peculiares.
2) Relacionando o meu objeto a outros dois:
Relacionei a câmera à um par de botas e um caderno de desenho pois ambos causam sensações parecidas, já que a bota é versátil e confortável de forma que pode estar presente em qualquer situação que seja da escolha de seu dono, além de aludir ao sentimento de liberdade e busca por histórias que carregam consigo bons registros, e o caderno que possibilita a expressiva demonstração das emoções e sentimentos, além da perspectiva livre e diversa que os desenhos podem apresentar.
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Crítica ao croqui
A simplicidade do desenho não é um problema, porém os traços feitos não apresentam simetria, o que dificulta a perspectiva e causa dificuldades no reconhecimento do lugar desenhado. Além disso houve falha no enquadramento.
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
domingo, 7 de agosto de 2016
Roupa x Arquitetura
Refletindo sobre a questão acima, cheguei à conclusão de que com tantos avanços tecnológicos, as roupas de fato poderiam oferecer muito do que a arquitetura apresenta em suas projeções. Conforto, comodidade e aspectos decorativos são apenas algumas das opções. Porém, um dos objetivos essenciais que diferencia ambas na minha opinião é que a arquitetura promove a interação entre as pessoas e entre as pessoas e a dinâmica das obras a que são convidadas a conhecer. A roupa remeteria muito à individualidade de cada um enquanto a arquitetura dialoga com os mais diversos fluxos sociais\culturais.
"Design: obstáculo para remoção de obstáculos?" de Vilém Flusser
A palavra "objeto" com origem em latim, remete ao sentido de obstáculo, o que é perceptível nas sociedades em geral, já que os objetos de uso, as criações projetadas anteriormente por outros homens, apesar de apresentarem funções diferentes, tornam-se interativas em ambiente social. Porém, um obstáculo necessariamente não precisa ser considerado um problema, como relaciona sua origem grega, porque assim como destaca o autor do texto, Vilém Flusser, é de suma importância que o conceito de liberdade de configurar objetos conforme a demanda de design utilitária pede, coadune com a responsabilidade de que as criações dialoguem uma com a outra e também com os homens, de forma que, para funcionar exige conhecimentos prévios visando a continuidade dos fluxos sociais. Assim, fica evidente a necessidade de uma boa elaboração e uso dos recursos disponíveis para que os objetos não sejam limitados como obstáculos e sim como pontes entre a ideia do criador e as outras pessoas que de alguma forma também terão de lidar com eles.
Reflexões sobre o texto "Animação cultural" de Vilém Flusser
O autor, por meio de uma peculiar abordagem crítica, coloca os objetos como seres pensantes ao invés de meros produtos humanos. Dessa forma, deixa evidente aos leitores que a relação entre ambos, que antes se bastava no reconhecimento gradativo da função dada pelos homens que os consideravam apenas formas de animação ou distração, agora surge como grito de revolução por parte dos objetos pautados no conhecimento da dependência exercida por eles, resultando no desejo de "tomar o controle". Apesar de serem atribuídos como objetos dominados, aludem à ideia de que na verdade desde tempos remotos a cultura objetiva era uma meta dos homens de se sobreporem aos demais animais, em vão. E para concluir tal meta revolucionária, os objetos pretendem alienar os homens de forma que seus valores culturais sejam eliminados.
Esse texto inicialmente colocado durante a aula de Fundamentação de Projetos Arquitetônicos, causou quebra de expectativa nos leitores já que os objetos são autoconscientes e apresentam sentimentos humanos como a soberba e a ganância, provocando intensas reflexões com as quais eu me identifiquei. Uma delas é a de que ao mesmo tempo que o homem se supera a cada vez mais na descoberta dos recursos tecnológicos, acaba se envolvendo em grades "voluntárias". E como qualquer outro obstáculo, é limitado por elas, no sentido de não saber administrar bem o próprio tempo, por exemplo. Dessa forma, torna-se imensamente conectado às inovações tecnológicas, mas desconectado das relações sociais assim como de sua própria vida.
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