domingo, 7 de agosto de 2016

Reflexões sobre o texto "Animação cultural" de Vilém Flusser

O autor, por meio de uma peculiar abordagem crítica, coloca os objetos como seres pensantes ao invés de meros produtos humanos. Dessa forma, deixa evidente aos leitores que a relação entre ambos, que antes se bastava no reconhecimento gradativo da função dada pelos homens que os consideravam apenas formas de animação ou distração, agora surge como grito de revolução por parte dos objetos pautados no conhecimento da dependência exercida por eles, resultando no desejo de "tomar o controle". Apesar de serem atribuídos como objetos dominados, aludem à ideia de que na verdade desde tempos remotos a cultura objetiva era uma meta dos homens de se sobreporem aos demais animais, em vão. E para concluir tal meta revolucionária, os objetos pretendem alienar os homens de forma que seus valores culturais sejam eliminados. Esse texto inicialmente colocado durante a aula de Fundamentação de Projetos Arquitetônicos, causou quebra de expectativa nos leitores já que os objetos são autoconscientes e apresentam sentimentos humanos como a soberba e a ganância, provocando intensas reflexões com as quais eu me identifiquei. Uma delas é a de que ao mesmo tempo que o homem se supera a cada vez mais na descoberta dos recursos tecnológicos, acaba se envolvendo em grades "voluntárias". E como qualquer outro obstáculo, é limitado por elas, no sentido de não saber administrar bem o próprio tempo, por exemplo. Dessa forma, torna-se imensamente conectado às inovações tecnológicas, mas desconectado das relações sociais assim como de sua própria vida.

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